Valor Econômico – Tendência para a safra 2020/21 é de queda, após forte aumento em 2019/20

Os estoques de suco de laranja brasileiro na rede de distribuição das grandes indústrias exportadoras representadas pela CitrusBR (Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus Company) somaram 471,1 mil toneladas no fim da temporada 2019/20, em 30 de junho. O volume ficou acima do previsto em maio pela entidade (420,8 mil toneladas), e representou um aumento de 86,1% em relação ao total apurado ao término do ciclo 2018/19 (253,2 mil toneladas).

Segundo a CitrusBR, o crescimento dos estoques refletiu a grande produção de laranja em São Paulo na safra 2019/20, em linha com o fenômeno da bienalidade da citricultura, que alterna anos de safras grandes com safras de volumes menores. Tanto que, para 2020/21, temporada de bienalidade negativa, a tendência é de queda. Em junho de 2021, a expectativa é que os estoques fiquem entre 240 mil e 280 mil toneladas.

“A redução, se confirmada, se dará por conta da menor oferta de fruta, estimada pelo FundeCitrus [Fundo de Defesa da citricultura] em 287,8 milhões de caixas de 40,8 quilos a serem produzidas na safra corrente [no cinturão formado por São Paulo e Minas Gerais]. O número é 25,6% menor se comparado às 386,8 milhões de caixas produzidas na safra 2019/20. Com um mercado interno estimado em 50 milhões de caixas, sobrariam, portanto, 237,8 milhões para processamento de empresas associadas e não associadas à CitrusBR”, afirmou a entidade, em comunicado.

A entidade projeta estabilidade para as exportações brasileiras de suco de laranja ao longo da safra 2020/21. Em 2019/20, os embarques somaram 1,1 milhão de toneladas, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela CitrusBR. Já o consumo doméstico da bebida foi calculado em cerca de 80 mil toneladas.