As exportações brasileiras totais de suco de laranja entre o concentrado e congelado (FCOJ) e o pausterizado (NFC) aumentaram 26,6% nos seis primeiros meses da safra 2019/20, na comparação com o mesmo período do ano passado, para 648,75 mil toneladas. As informações são da CitrusBR, entidade que representa as três principais empresas exportadoras do país.
Suco de laranja concentrado em fábrica no Brasi — Foto: Jean Pierre Pingoud/Bloomberg NewsSuco de laranja concentrado em fábrica no Brasi — Foto: Jean Pierre Pingoud/Bloomberg News
Suco de laranja concentrado em fábrica no Brasi — Foto: Jean Pierre Pingoud/Bloomberg News
Em receita, a alta foi de 14% com um total de US$ 1,1 bilhão. Conforme o diretor da CitrusBR Ibiapaba Netto, a safra 2019/20 é uma das maiores dos últimos tempos e por isso existe a necessidade de as empresas reduzirem os estoques no Brasil.
“Exportação não é venda. Primeiro é preciso exportar para que depois a venda aconteça e como estamos nesse período de movimentação ainda não é possível saber o que é realmente movimentação de estoques e o que pode ser demanda, portanto, vamos aguardar os próximos meses e ver como as exportações se comportam”, diz o diretor da CitrusBR.
Para o seu principal destino, a União Europeia, os embarques de suco de laranja totalizaram 450,05 mil toneladas nos primeiros seis meses da safra, com alta de 36%. O faturamento somou US$ 775,3 milhões, 24% mais que no mesmo período de 2018/19. Para os EUA, foram 112 mil toneladas com faturamento de US$ 181,4 milhões, respectivamente, uma elevação de 1% no volume e uma queda de 11% na receita.
A China registrou uma alta de 82% nas importações de suco de laranja brasileiro no período, chegando ao volume de 26,87 mil toneladas. Em faturamento o incremento é de 29%, com US$ 38,6 milhões. Em 23 de dezembro de 2019 o governo chinês revisou algumas taxas de importação atendendo parcialmente pedidos da CitrusBR e do governo brasileiro.
A chamada “tarifa de temperatura”, aplicada a todo suco que importado a uma temperatura mais quente do que -18°C (dezoito graus negativos) exigia pagamento de 30% sobre o valor do produto. Dessa forma, exportadores eram obrigados a enviar o suco a temperaturas muito baixas o que incorre em custos de energia para refrigeração e outras questões logísticas.
“Vamos estudar os resultados práticos dessa nova tarifa, mas de qualquer jeito é uma excelente sinalização do governo chinês que mostrou sensibilidade aos pedidos das empresas associadas à CitrusBR e do governo brasileiro que foi fundamental nessa negociação”, avalia Netto.