National Geographic 08/02/2017 – Com base em estudos genéticos passados e atuais, os cientistas traçaram a linhagem do gênero Citrus.

As frutas cítricas constituem, de certo modo, uma categoria à parte. A maioria das espécies cultivadas descende de apenas três grandes ancestrais: cidras, pomelos e tangerinas – todos originários do sul e do leste da Ásia. 
Os três exibem a rara combinação genética de serem sexualmente compatíveis e muito propensos à mutação. Tais características favorecem a mescla dos seus genes – por meio tanto natural quanto artificial. 
O resultado de todo esse entrecruzamento na natureza e nas plantações comerciais inclui a enorme variedade de laranja, limão e lima que você já provou.
Nenhum outro gênero de fruto pode se vangloriar de um pedigree tão intrincado, e estudos recentes vêm ajudando a esclarecer essas origens. Graças a folhas fossilizadas de árvores achadas na província chinesa de Yunnan em 2009 e 2011, estima-se que os frutos cítricos existam desde o final da época do Mio-ceno, há cerca de 7 milhões de anos. 
Os seres humanos, contudo, são responsáveis por um significativo processo seletivo: dentre milhares de tipos silvestres, apenas algumas dezenas alcançaram sucesso comercial, como a laranja-pera, o limão-siciliano e a limão-taiti.
“Tem algo de muito fascinante, estranho e até sensual nos frutos cítricos”, diz o pomólogo David Karp, cuja pesquisa serve de base para a ilustração à direita. Uma doença bacteriana, o amarelão dos citros (RLE), que tolhe o crescimento das árvores, põe em risco a produção comercial em todos os continentes. Mas, no futuro, é provável que haja mais, e não menos, variedade de frutos cítricos. “É um setor muito competitivo”, diz o geneticista Fred Gmitter. 
Em todo o mundo há pesquisadores empenhados em desenvolver tangerinas mais doces, sem semente e mais fáceis de descascar. E, com isso, a árvore genealógica dos frutos cítricos ficará ainda mais complexa.