Agência Fapesp – 02/05/2017 – Estudo da Unesp em parceria com Universidade Holandesa apontou que o ácido gálico tem efeito inibidor na bactéria causadora da doença

Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Rio 
Claro e de São José do Rio Preto, em colaboração com colegas da University of Groningen, 
da Holanda, identificaram uma série de compostos capazes de inibir a ação da bactéria 
Xanthomonas citri, causadora do cancro cítrico – uma doença que ataca todas as variedades 
e espécies de citros de importância comercial. 
“Identificamos dezenas de compostos com potencial para combater a Xanthomonas citri”, disse 
Henrique Ferreira, professor do Departamento de Bioquímica e Microbiologia do Instituto de 
Biociências da Unesp de Rio Claro, durante palestra no evento.
Entre eles está o ácido gálico, por meio de um conjunto de 15 ésteres compostos, chamados de 
galatos de alquilas, que inibiram a ação da Xanthomonas citri, já que as bactérias perderam a 
capacidade de colonizar as folhas das árvores de citros.
Os pesquisadores estão avaliando, agora, como as plantas cítricas podem ser tratadas com 
galatos de alquila. A fim de desenvolver uma forma de imobilizar os galatos na superfícies 
das plantas, eles iniciaram uma pesquisa em colaboração com Ulrich Schwanenberg, professor
da RWTW Aachen University, da Alemanha. A pesquisa também é apoiada pela FAPESP no âmbito de 
um acordo de cooperação com o Ministério Federal da Educação e Pesquisa da Alemanha (BMBF, 
na sigla em alemão). “A ideia do projeto é produzir híbridos de galatos de alquila e peptídeos 
que poderiam se ligar à superfície das folhas”, explicou Ferreira.
Segundo ele, o professor Luís Octávio Regasini, professor do Departamento de Química e 
Ciências Ambientais do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce) da Unesp de 
São José do Rio Preto, já produziu mais de 100 compostos promissores. Dentre eles 
nove novos compostos diferentes dos galatos de alquila, que apresentam maior potencial de 
combater o cancro cítrico.
Juntos, eles têm se dedicado a identificar nos últimos anos, por meio de projetos de 
pesquisa também apoiados pela FAPESP, compostos de baixo impacto ambiental que possam prevenir 
as plantas cítricas de serem infectadas pela Xanthomonas citri ou o espalhamento da doença para 
novas áreas.
Os resultados do estudo, apoiado pela FAPESP no âmbito de um acordo de cooperação com a Organização Holandesa para Pesquisa Científica (NWO, na sigla em inglês), foram apresentados no “Biobased Economy Workshop”, realizado nos dias 5 e 6 de abril, na Fundação.