IAC – 29/11/2017 – Ela causa menor impacto ambiental graças à resistência à mancha marrom de alternaria, principal doença das tangerinas

A IAC 2019Maria é a primeira cultivar de tangerina 100% obtida no Brasil, desenvolvida em 20 anos de pesquisa no Instituto Agronômico (IAC). Esta nova tangerina é também a primeira cultivar de citros do IAC protegida no Sistema Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A IAC 2019Maria resulta de melhoramento genético convencional, isto é, não se trata de cultivar transgênica. A tangerina recebeu este nome por ser bem representativo do País, diz Mariângela Cristofani-Yaly, pesquisadora do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

“Estamos oferecendo um produto diferenciado para a citricultura paulista”, garante Cristofani-Yaly. Para o setor de produção, o principal destaque desta nova cultivar é a resistência à mancha marrom de alternaria (MMA), uma doença específica das tangerinas, que reduz significativamente a produção do pomar. Com essa característica de resistência, a IAC 2019Maria causa menor impacto ambiental, por diminuir ou até eliminar a necessidade de pulverização, e reduzir os custos de produção, além de melhorar a qualidade do fruto. Além dessas vantagens, suas características, como menor número de sementes, coloração intensa e tamanho do fruto, agregam valor ao fruto.

Alta produtividade

O citricultor também tem outro fator relevante para adotar a Maria: a alta produtividade. Ela produz de 2 a 3 caixas de 40,8 kg, por planta, com frutos de maior calibre, o que valoriza o produto. A planta da IAC 2019Maria também tem menor porte, quando comparada com a tangerina Murcott, permitindo a instalação de maior número de pés por hectare, o que contribui para ampliar a produtividade. “A ideia é produzir o máximo por hectare, com qualidade”, diz Bastianel. A IAC 2019Maria também é mais precoce do que a Murcott, chegando a produzir com cerca de dois meses e meio de antecedência.

A nova tangerina foi testada de Norte a Sul do Estado de São Paulo, incluindo os municípios de Cordeirópolis, Colina, Bebedouro, Matão, Itapetininga, Capão Bonito, Buri e Botucatu. Ela se adapta muito bem a todas as condições paulistas.

Cristofani-Yaly ressalta que o IAC está se empenhando para que a novidade possa chegar o quanto antes ao mercado. Em razão de o registro ter sido obtido recentemente, a variedade ainda necessita ter a sua produção de borbulhas registrada no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem) e na Defesa Fitossanitária Estadual e, portanto, estará disponível dentro de seis a oito meses. Estas etapas precisam ser cumpridas antes de a Maria chegar às gôndolas. As mudas deverão ser obtidas junto aos viveiristas. O Centro de Citricultura “Sylvio Moreira” do IAC disponibilizará somente borbulhas para formação de mudas através de viveiristas cadastrados.