Portal do Agronegócio – 26/03/2018 – Trabalho identificou um novo mecanismo que a bactéria causadora da doença usa para sobreviver nas folhas

Um grupo de pesquisadores da Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, descobriu um novo mecanismo que a bactéria  Xanthomonas citri subsp, causadora do cancro cítrico, encontra para sobreviver na superfície da folha das árvores.O trabalho foi publicado pelo Journal of Experimental Botany, com a colaboração de pesquisadores dos Instituto Max Planck da Alemanha e Kausta da Arábia Saudita. “A infecção começa quando a bactéria entra as plantas através dos estômatos, que são pequenos poros presentes na superfície das folhas que permitem o intercâmbio de gases com o meio ambiente ou também através de feridas da planta”, descreve Natalia Gottig, pesquisadora adjunta do Conicet e líder do projeto.

Uma vez que a bactéria entra no tecido vegetal, se multiplica no espaço intercelular do tecido e finalmente produz a lesão eruptiva característica de cor marrom, que se chama de cancro. A bactéria fica em cima da folha por essa protuberância e quando chove ou há vento forte, emerge e se traslada, continuando a infecção e contagiando toda a planta, podendo inclusive contaminar outras plantas cítricas. Quando a infecção é muito severa se pode produzir uma desfoliação massiva, o que debilita a planta e diminui a capacidade de produzir frutos. Não afeta o sabor, mas como quebra o tecido da casca, acaba favorecendo a colonização de outros patógenos e faz com que o fruto apodreça mais rápido.

A pesquisadora destacou que um dos eixos do estudo mais importantes que o grupo se focou é a adesão da bactéria à planta, etapa fundamental para o desenvolvimento futuro da doença e na capacidade de associar-se com outras células da mesma bactéria e formar uma comunidade denominada biofilm. “Este crescimento em forma de biofilm lhe permite à bactéria sobreviver melhor às condições adversas ambientais e manter-se por mais tempo sobre a superfície vegetal, o qual aumentar sua capacidade infecciosa e prolonga a infecção”, destaca Natalia.