Das geadas da década de 1980 à ameaça de perderem suas terras para a construção de rodovias, os riscos assumidos por produtores da Flórida são muitos. Há mais de uma década o greening (HLB) se tornou a mais nova ameaça da citricultura. A chegada da doença afetou muitos citricultores da região, como o caso de Chip Henry. O produtor encontrou o psilídeo Diaphorina citri, inseto vetor da bactéria que causa o greening, pela primeira vez em 2011. No ano seguinte, sua produção foi fortemente afetada pelo HLB.

Henry foi apenas um caso dentre tantos afetados. Como resposta aos danos causados pelo greening, pesquisas com fertilizantes de base microbiana começaram a serem feitas em 2014. No ano seguinte as primeiras aplicações estavam sendo realizadas. “De 2014 a 2016, vi uma queda acentuada no rendimento”, disse o produtor. “Mas um ano após a primeira aplicação de fertilizantes microbianos, as árvores começaram a rejuvenescer”.

Outra decisão tomada pelo citricultor foi transformar a sua produção em orgânica. “As práticas convencionais estavam falhando e eu precisava me adaptar”, afirmou. Atualmente, ele aplica o fertilizante microbiano cerca de cinco vezes ao ano e para ajudar no controle de pragas, o usa óleo de pulverização hortícola e terra diatomácea microbiana (DE).

RESULTADOS

Em seu sétimo ano de cultivo orgânico, Henry diz que apesar de não ter o pomar mais bonito do estado, tem orgulho de suas árvores. No início de março, a produção chegou até 3 caixas por árvore, sendo que praticamente não houve baixas em decorrência do greening. “Em uma época de grande declínio da indústria, esta é a melhor safra que tive em cinco anos”, disse.

O HLB é um fator biológico que agora possui uma solução igualmente biológica. “Eu me recuso a ceder a uma bactéria unicelular”, afirmou. Os bons resultados da produção foram obtidos usando o mínimo de insumos, o que mostra que a abordagem “more-on” (colocar cada vez mais produtos nas árvores) não é o melhor curso de ação para combater o greening na citricultura.

“O maior desafio é encontrar uma forma de melhorar a qualidade da fruta enquanto gerencia o greening”, afirmou Henry. “A solução foi trabalhar com a natureza para tentar controlar a doença de uma maneira que permita que as árvores produzam frutos de alta qualidade”.