Fundecitrus – 21/05/2018 – Conheça como a fazenda Santa Therezinha, em Bebedouro, vem conseguindo manter a doença em níveis bastante baixos

O controle rigoroso dos 176 mil pés de laranja da fazenda Santa Therezinha, em Bebedouro (SP), tem garantido a
queda gradual do greening (huanglongbing/HLB) para níveis mínimos. Em uma região onde a doença está presente em 7,7% das plantas, a propriedade registrou incidência de 1,08% em 2015, 0,34% em 2016 e 0,22% em 2017.

O produtor e empresário Eduardo Ribeiro Ralston, que administra há 22 anos o pomar iniciado por seu pai em 1958, diz que a experiência com a CVC foi fundamental para o sucesso no controle do greening, detectado na fazenda em 2006. “A CVC foi um problema sério na década de 1990 e conseguimos controlá-la com aplicações quinzenais. Em 2009, iniciamos a renovação do pomar e vimos o greening crescer na região, então, seguindo a mesma estratégia, adotamos pulverizações a cada 10 dias”, conta.

O consultor Sérgio Luiz Facio, que há 20 anos atua na fazenda Santa Therezinha, afirma que o bom gerenciamento das aplicações é decisivo. “É necessário que as datas sejam cumpridas, porque existem fatores que podem interferir, como a chuva, por exemplo, e que toda a propriedade seja pulverizada o mais rápido possível. Outro ponto fundamental é o cuidado na escolha dos produtos, considerando principalmente a eficiência e o residual”, explica. “Já tivemos vizinhos com 100% de greening e conseguimos manter nossa incidência baixa devido à frequência de pulverizações e produtos usados”, comenta.

Responsável por coordenar a execução das ações de controle, o gerente Luiz Carlos Rogério conta que aplicações
semanais nas bordas, inspeções frequentes de todos os talhões e participação no Sistema de Alerta Fitossanitário
do Fundecitrus completam o pacote adotado. “O enfrentamento do greening é uma somatória de medidas”, pontua. “E não adianta ter pena de erradicar: aqui, quando achamos uma planta com greening, arrancamos”, completa Ralston.

Pesquisa

Para a equipe, o suporte para o controle do greening vem de estudos realizados pelas diversas instituições que se
dedicam à geração de conhecimento e novas tecnologias de manejo e plantio. “Chegamos a esse resultado em função da pesquisa. Trazemos para o campo todas as informações que podem colaborar”, diz Facio. “A ciência também dá apoio para o aumento da produtividade, que dilui os custos com o greening, pois não é possível diminuir os cuidados com a doença”, afirma Ralston.

Para o citricultor, o greening está promovendo a profissionalização do setor. “O greening é a pior doença que já
vimos, de longe, e ela está exigindo citricultores profissionais, porque não admite meio-termo no controle”,
argumenta Ralston.