Agência Estado – 23/05/2018 – Volume representa queda de 34% ante os 370 milhões processados na safra atual

A Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) estimou que as companhias do parque comercial citrícola brasileiro devem processar 243,4 milhões de caixas de 40,8, kg de laranja na safra 2018/2019, a ser iniciada em 1º de julho. O total representa uma queda de 34% ante a moagem de 370 milhões de caixas da fruta na atual safra, a qual foi 83,6% superior ao processamento de 185,6 milhões de caixas de 2016/2017.

A queda na moagem ocorre por causa do recuo na oferta de laranja para o período. Segundo a primeira Pesquisa de Estimativa de Safra (PES), divulgada em 9 de maio, a produção estimada para 2018/2019 será de 288,2 milhões de caixas de laranja, volume 27,6% menor do que o de 398,35 milhões de caixas da safra 2017/2018.

Caso a oferta se confirme e considerando um rendimento de 260 a 290 caixas para a produção de uma tonelada de suco de laranja concentrado e congelado (FOCJ) equivalente, a produção da bebida em 2018/2019 deve variar de 839,4 mil a 936 mil toneladas. Essa oferta seria de 28,5% a 36,5% menor que o total de 1,31 milhão de toneladas de FOCJ equivalente produzido em 2017/2018, 86,6% maior que a produção de 2016/2017, de 702 mil toneladas.

“Essa grande safra (2017/2018) veio em um momento estratégico para repor, ao menos parcialmente, nossos estoques de suco”, informou o diretor executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto. Os estoques de passagem, que começaram a safra atual praticamente zerados, devem encerrar o período, em 30 de junho deste ano, em 306 mil toneladas, ante uma estimativa inicial de 254,2 mil toneladas.

Já os estoques de passagem, também considerando a oferta da fruta e da bebida para a próxima safra, devem encerrar a safra 2018/2019, em igual data do próximo ano, entre 56 mil e 156 mil toneladas, nível considerado crítico pelas indústrias. “Torcemos para que a safra se desenvolva bem porque, mais uma vez, teremos um ano bastante desafiador para nossa indústria”, concluiu o executivo. (Gustavo Porto – gustavo.porto@estadao.com)