Produtores de citrus da Espanha estão preparando um forte lobby contra um novo acordo comercial entre União Europeia e México, que, segundo eles, pode prejudicar a produção de citrus do país. As associações de produtores da região de Valência pedem que os efeitos dessa atualização do acordo entre os países sejam estudados e que a assinatura e ratificação do contrato sejam interrompidas até que suas repercussões sejam conhecidas.
A União Europeia atualizará o acordo de associação econômica com o México, que foi concluído em 28 de abril. Atualmente as importações do México são reguladas pelo acordo de associação econômica em vigor desde 2000. Isso mudará quando o novo acordo comercial, que beneficiará o país da América Central, for definitivamente aprovado. Atualmente, as partes estão discutindo se as tarifas devem ser eliminadas, como o México deseja, ou se devem ser reduzidas, conforme pretendido pela Europa.
Desde 2010, houve um aumento importante nas importações de citros mexicanos, especialmente limões, que atingiram uma média de 3,6 milhões de euros por ano, enquanto as exportações foram paralisadas nos últimos anos. O protocolo para exportar citros europeus para o México é tão rigoroso que os exportadores europeus não podem enviar nenhum produto para esse mercado, enquanto isso, os exportadores mexicanos têm acesso ao mercado europeu. As frutas cítricas espanholas destinadas ao México devem pagar um custo administrativo de € 105 por cada tonelada exportada, o que torna as exportações espanholas quase inviáveis. Como resultado, a Espanha não exporta para o México um único quilo de citros desde 2014, quando o atual protocolo foi implementado.
Segundo a associaçaõ, Bruxelas é responsável por abrir as fronteiras da UE às importações de todo o mundo e os Estados-Membros são obrigados a cumprir as disposições dos acordos da UE. A Espanha deve aceitar o novo acordo comercial, o que significa que a entrada de citros mexicanos na UE afeta todos os países membros e é negociada como um bloco.
No entanto, as exportações espanholas para o México são negociadas e regulamentadas bilateralmente entre os dois países, sem condicionar as vantagens anteriores da UE. Como resultado, a balança comercial de citros entre os dois países é muito negativa para a Espanha.