Agência Estado – 30/10/2019 – Originária da Ásia, a praga não tem cura e, desde que foi identificada no Brasil, em 2004, gerou prejuízos de milhões aos produtores

Minas Gerais, segundo maior produtor de citros do Brasil, tem adotado medidas preventivas contra o greening, considerada a pior doença dos pomares. “Estamos com um grande problema fitossanitário com o avanço do greening, doença extremamente agressiva, sem controle efetivo até o momento e já considerada endêmica no Estado”, informou em comunicado o coordenador estadual de Fruticultura da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), Deny Sanabio.
Entre outras ações, a Emater-MG e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgãos vinculados à Secretaria de Estado de Agricultura, realizam mobilização e orientação dos produtores, como plantar ou renovar pomares com planejamento, plantar mudas de viveiros protegidos, adotar práticas para antecipar a produção e ter alta produtividade, inspecionar os pomares frequentemente, eliminar todas as plantas com sintomas da doença e promover o controle biológico.

Também foram distribuídas cerca de 98 mil armadilhas adesivas nos municípios de Brumadinho, Piedade dos Gerais, Moeda, Belo Vale e Campanha. Em cor amarela, elas foram colocadas nos pomares de forma a atrair os insetos transmissores, que colam no adesivo e morrem.

Outra ação foi o treinamento dos “pragueiros”, como são chamadas as pessoas que identificam os insetos a olho nu ou com lupa. Essas pessoas serão multiplicadoras da técnica de reconhecimento, iniciativa que contribui para o combate à praga.

Minas Gerais tem 55 mil hectares de área plantada e uma produção média de 1,1 milhão de toneladas por safra. No entanto, o greening, doença transmitida pelo inseto Diaphorina citri ou por enxertia, tem provocado diminuição da produção. Nas plantas contaminadas, ocorrem deformação, maturação irregular, redução e queda das frutas.

Segundo dados oficiais do IMA, já foram erradicadas no Estado 462 mil plantas sintomáticas com greening, desde 2005. “Entre 2017 e 2018, estima-se que o prejuízo causado pela doença seja de cerca de R$ 42 milhões, considerando a perda da produção do ano”, afirmou na nota o agrônomo da Gerência de Defesa Sanitária Vegetal do IMA, Leonardo do Carmo.

O greening foi detectado oficialmente em 58 municípios mineiros. “Essa situação tende a se agravar com muita rapidez por causa da severidade da doença, colocando em risco esse importante setor do agronegócio mineiro”, diz Deny Sanabio.

A doença foi identificada em Belo Vale, na região Central mineira, em 2017. Levantamento feito pelo IMA, referente a 2018, aponta que 7.561 plantas do município foram erradicadas por causa do greening. Só no primeiro semestre de 2019, foram cerca de 4 mil plantas erradicadas na região.