A Comissão de Citrus da Flórida estuda aumentar a taxa que incide sobre os produtores de laranja do Estado com objetivo de aumentar a verba de marketing e aproveitar o aumento no consumo do suco de laranja que vem sendo registrado desde o início da pandemia de Covid-19.

O assunto deve ser debatido na reunião em 17 de junho e a proposta é aprovar um aumento que pode variar de 71% a 114%. Com isso, o valor descontado de cada caixa de laranja produzida passaria dos atuais US$ 0,7 centavos por caixa para um valor entre US$ 0,12 centavos por caixa até US$ 0,18 centavos por caixa.

 

O ano fiscal do departamento começa em 1º de julho, mas a decisão final sobre as taxas podem ser tomadas até 31 de outubro. Nas últimas décadas, os produtores de citrus da Flórida tem se posicionado contrários a qualquer tentativa de aumento, mas o presidente da Comissão de Citrus da Flórida, Ned Hancock, acredita que o momento atual está mais favorável para a mudança. “Eu diria que 80% dos produtores que entraram em contato comigo falaram sobre a necessidade de capitalizar as tendências do consumo recente e que o plano de marketing do departamento deve manter esse nível”, disse Hancock. “Eles entendem que precisamos fazer um investimento maior em nosso mercado”.

 

Os cálculos para o novo orçamento estão projetados com base na safra projetada em 70 milhões de caixas. Dessa forma, a atual base da taxa a US$ 0,7 centavos por caixa, levaria o orçamento da entidade para US$ 18,8 milhões, pouco acima dos atuais US$ 14,85 milhões disponíveis. Com a nova taxa, o orçamento saltaria para um valor que pode variar de US$ 22 milhões a US$ 24 milhões, dependendo do valor da taxa. Isso faria com o orçamento para marketing ficasse entre US$ 18 a US$ 20 milhões.

 

Mas se depender de uma posição do Florida Citrus Mutual, uma das principais associações que representam produtores na Flórida, a decisão deve demorar para acontecer. De acordo com  o executivo-chefe da entidade, Mike Sparks, o conselho de administração da associação não deve se reunir nas próximas semanas para debater a proposta. A tendência é que qualquer posicionamento só acontece em outubro, por conta das incertezas do mercado. “Atualmente temos mais perguntas que respostas. Não é uma situação de caso encerrado”, ressalta.