Os cítricos são as principais frutas de exportação do Uruguai, com vendas no mercado internacional de 100 mil toneladas por ano. O Uruguai é um dos maiores exportadores de citros da América do Sul e um dos vinte maiores do mundo. A temporada cítrica começa com tangerinas em março e termina com limões e laranjas valencianas tardias em novembro. Além disso, tem uma área total de 15 mil hectares com produção superior a 300 mil toneladas. Enquanto tangerinas representam 28% e laranjas 27%, os limões compõem a maioria dos volumes produzidos.
O setor citrícola no Uruguai está sendo impulsionado por novos investidores que estão expandindo ou simplesmente renovando pomares com plantas de última geração. Os principais mercados do Uruguai são Europa, América (EUA, Brasil e Canadá) com envio de quantidades muito pequenas para a Ásia. Marta Bentancur, da União de Produtores e Exportadores de Frutas do Uruguai (UPEFRUY) assegura que a presença de novos investidores da Argentina, Peru e EUA, está mostrando que o Uruguai é um bom lugar para trabalhar e investir. “Temos o compromisso de trabalhar com práticas sustentáveis nas áreas ambientais, mas também com o excelente quadro legal para nosso povo e nossas comunidades”, afirma.
Como em outros lugares, no entanto, os custos mais altos são acompanhados pela falta de contêineres e atrasos na chegada de navios aos portos. Os atrasos não afetam apenas os programas de clientes, mas vão contra a qualidade do produto perecível que chega à mesa dos consumidores em mercados de longa distância, como no Hemisfério Norte. “Até agora não estamos tendo grandes problemas com disponibilidade, mas os resultados dependerão de custos logísticos e questões comerciais”, explica Bentancur.
Os planos para reviver e aumentar os mercados na Ásia estão recebendo atenção, mas os custos logísticos não o tornam viável na maioria das vezes. “Por exemplo, não conseguimos desenvolver o mercado chinês, já aberto para laranjas e tangerinas, tanto quanto planejamos. Isso se deve a problemas de logística, custos logísticos, falta de disponibilidade de contêineres e navios e principalmente tempos de trânsito que foram agravados pela pandemia”, ressalta. Bentancur observa que um esforço conjunto será feito pela indústria cítrica uruguaia para superar esses desafios e tornar os mercados asiáticos mais atraentes.