Projeto Citrus SP Sustentável tem como objetivo disseminar conhecimento para o setor e auxiliar no combate ao greening
Fundecitrus – A Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) de São Paulo e o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) firmaram acordo para estimular o desenvolvimento sustentável da citricultura, por meio do Projeto Citrus SP Sustentável. O objetivo é transferir conhecimento para os citricultores, auxiliando no combate às pragas e doenças dos citros, com destaque para o greening, maior desafio fitossanitário da citricultura mundial. A assinatura do documento aconteceu terça-feira, dia 5 de outubro, na sede da instituição, em Araraquara.
A citricultura é uma das atividades mais importantes do país e do Estado. O cinturão citrícola, que compreende São Paulo e Triângulo e Sudoeste de Minas Gerais, é a maior região produtora de suco de laranja do mundo, que se destaca entre os principais produtos exportados pelo agronegócio paulista, com movimentação de cerca de US$ 1,3 bilhão em 2020, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Na região, a citricultura gera cerca de 200 mil empregos diretos e indiretos e mantém 182 mil hectares de mata preservada – o reconhecimento de seu papel na economia paulista levou o governo de SãoPaulo a reduzir o ICMS sobre o suco.
Para o secretário Estadual de Agricultura, Itamar Borges, a parceria ajuda a fortalecer o setor, importante sob os aspectos econômico, social e ambiental. “Este é um passo importantíssimo para atuarmos juntos na conscientização, orientação e combate ao greening. O nosso propósito é um só, é fortificar a citricultura, apoiar o produtor e gerar emprego e renda”, enfatiza.
O presidente do Fundecitrus, Lourival Monaco, diz que as ações conjuntas entre a instituição e a SAA ajudam a fortalecer ainda mais a citricultura paulista, pois envolvem pontos decisivos para a manutenção de sua competitividade. “A parceria com a SAA vem para fortalecer a citricultura paulista e evidencia sua importância. As medidas estabelecidas visam ao desenvolvimento sustentável do setor e serão importantes para conter o avanço do greening, respeitando as características das regiões do ponto de vista edafoclimático, cultural, social e fitossanitário”, completa.
Difusão de conhecimento – A parceria busca o intercâmbio de resultados de pesquisa, transferência de novas tecnologias e troca de experiências a fim de capacitar e atualizar pequenos e médios citricultores, enfatizando a importância do planejamento, da gestão dos processos produtivos e da fitossanidade dos pomares.
Estão previstos diversos projetos educativos, que serão realizados pela Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS) e Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) juntamente com o Fundecitrus.
Combate ao greening – O greening não tem cura e causa sérios danos à produção, com diminuição da produtividade e da qualidade dos frutos. De acordo com levantamento anual realizado pelo Fundecitrus, a doença está presente em 22,37% das laranjeiras do cinturão citrícola, o que equivale a mais de 43 milhões de árvores doentes.
Em relação ao ano passado, a incidência cresceu 7,2%. Este é o maior patamar desde sua identificação no Brasil, em 2004, e também é o quarto salto consecutivo da doença. O presidente do Fundecitrus ressalta que a incidência média não é o melhor indicador da gravidade do problema, pois existem regiões bastante críticas, onde a incidência de plantas doentes ultrapassa os 50%, e também regiões menos afetadas e mais controladas. “Temos que estender a todas as regiões o manejo integrado do greening para manter a eficácia de um controle que tem mostrado sucesso onde é incorporado às tecnologias operacionais e fitossanitárias”, afirma Monaco.
Para colaborar com o enfrentamento ao greening, a parceria prevê diversas ações, como o desenvolvimento de um plano de capacitação de 130 técnicos da CDRS e da CDA para atuação em regiões prioritárias da citricultura, atividades de manejo direcionadas aos citricultores e campanha de conscientização da sociedade sobre a doença. O plano de trabalho assinado nesta terça-feira tem duração de cinco anos.