Fundecitrus – 31/01/2018 – Compostos que repelem o inseto transmissor do greening devem ser testados em um ano
O greening (huanglongbing/HLB) é a mais destrutiva doença das citriculturas brasileira e mundial. Os últimos dados, de 2017, indicam que a doença está presente em 16,73% das laranjeiras do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro. Em números, são 32 milhões de árvores infectadas. Para controlar o inseto transmissor da doença, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) estão desenvolvendo, conjuntamente, inseticidas naturais.
O pesquisador do Fundecitrus Rodrigo Facchini Magnani explica que as pesquisas têm como objetivo desenvolver compostos voláteis (aromas) com propriedades repelentes e atraentes ao psilídeo, para que o inseto possa ser repelido dos pomares de citros e atraído para outros locais, já que ele não afeta outros tipos de planta nem causa riscos à saúde humana.
Como parte desta cooperação, o Fundecitrus adquiriu um dessorvedor térmico, instalado no Laboratório de Bioquímica Micromolecular de Microorganismos (LaBioMMi). O aparelho permite investigar melhor as moléculas estudadas e tem papel fundamental na maneira de coletar as amostras, o que precisa ser feito no estado natural da planta, sem interferências. “Além do estudo em parceria com o Fundecitrus, este equipamento irá auxiliar nas outras linhas de pesquisa desenvolvidas no laboratório”, diz o professor Edson Rodrigues-Filho, coordenador do laboratório. A previsão é que os compostos sejam testados em um período deum ano.
A cooperação entre a UFSCar e o Fundecitrus também abrange a área de ensino. “O acordo permite que os alunos do mestrado desenvolvido no Fundecitrus façam disciplinas na UFSCar e vice-versa, além de utilizar da infraestrutura de pesquisa”, explica Magnani.