Agrolink – 27/06/2018 – Pesquisadores descobrem que para quer elas não venham se reproduzir, é necessário interromper o procedimento de formação das manchas nas asas
Os pesquisadores argentinos da Fundação Instituto Leloir (FIL) e do Conselho Nacional de Pesquisas Cientificas e Técnicas (CONICET) descobriram uma forma modificável na coloração das asas da chamada mosca da fruta, considerada como a principal praga que afeta a fruticultura. Isso pode ser fundamental para o combate aos insetos.
De acordo com os cientistas, as manchas marrom-douradas das asas da mosca, fator de atração sexual, inesperadamente se formam quando já não existem mais células nos órgãos de voo. Segundo o Dr. Luís Alberto Quesada Allué, chefe do Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular da FIL, pesquisador da CONICET e diretor de estudo, a novidade não é capaz de acabar com a praga, mas pode interferir na sua reprodução.
“Nossa descoberta de fisiologia básica não tem uma aplicação direta para o controle dessa praga, mas a informação poderia eventualmente ser útil para as fábricas que geram milhões de moscas masculinas estéreis (na Argentina e em outros países) para deslocar o fértil e diminuir assim, sua população”, explica.
Essa transformação não ocorre apenas nas asas, porém no corpo todo. Segundo os próprios pesquisadores, quando a dopamina e a beta-alanina difusas entram em contato com a enzima sintetase NBAD os pontos castanhos ficam dourados e, ao interromper esse processo, as manchas não se formam. “Após a metamorfose, as células-aleta dos insetos adultos jovens morrem e passam por um processo de endurecimento (esclerotização) que as torna aptas a voar”, diz a pesquisa.
É a primeira vez que se identifica a coloração marrom em insetos sem a participação de células. Nessa pesquisa os desenvolvedores buscam reduzir as perdas de alimentos e as consequências econômicas para os países produtores.