Fruit Juice Focus – 03/08/2018 – Mesmo isenta das taxas efetivas sobre bebidas açucaradas, indústria de suco de frutas deve participar dos debates e acompanhar regulamentos
Em 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou a implementação de uma taxa sobre bebidas açucaradas, chamada de “sugar tax”. Vinte e oito países e sete cidades dos EUA já implementaram esse tipo de imposto, com objetivo de incentivar empresas a inovar e reduzir o teor de açúcar em suas receitas. Até o momento a taxa é voltada somente para ao setor de refrigerantes, com exceção para indústria de sucos de frutas 100%. Apesar de estar de fora das taxas sobre o açúcar, a indústria de sucos possui um desafio pela frente de se atrelar a essas discussões.
Embora esteja isenta de impostos, é importante que a indústria de suco de frutas participe dos debates e acompanhe esses regulamentos, não só para a expectativa de possíveis medidas adicionais no combate do consumo excessivo de açúcar, ou no volume do suco que provavelmente aumentará em resposta aos acréscimos nos preços de refrigerantes e demais bebidas que possuem adição de açúcar, como também deve acompanhar possibilidades futuras de uma aplicação desse tipo de imposto no suco de fruta.
Na maioria dos países o imposto sobre a indústria de bebidas (SDIL), tem visado apenas as que possuem adição de açúcar, a exemplo do refrigerante. Até o momento apenas sucos de frutas natural e produtos à base de iogurte e leite estão isento dessa cobrança, inclusive no Reino Unido. Além disso, para o departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido “Public Health England” o suco de fruta continua a ser uma fonte recomendada de vitaminas saudáveis.
O SDIL, é o primeiro tipo de imposto, em todo o mundo. Sendo considerado uma forma de saída para produtores reformularem seus produtos e escapar das taxas. Após a implementação dessa cobrança, foi realizada uma avaliação de preços e tendências de compras em alguns países. Como em 2013 na França, onde houve um aumento no consumo de suco de fruta puro. Já no México, após um ano dessa implementação (decretada em 2014), houve uma mudança no consumo de bebidas tributadas, para bebidas não tributadas. Segundo pesquisas, foi constatado uma redução de 12% nas compras de bebidas tributadas e um aumento de 4% nas compras de bebidas não tributadas, impulsionados principalmente pelo aumento na compra de água pura engarrafada, em vez de outras bebidas.
Antes de entrar em vigor em 6 de abril deste ano, todas as empresas de bebidas tiveram dois anos para cumprir o regulamento. Muitas ajustaram suas receitas e reduziram o teor de açúcar em seus produtos. Marcas como Coca-Cola e Britvic, possuem isenção de impostos, ambas obtêm 95% e 94% de suas receitas, consideradas abaixo do limite.