Fundecitrus – 24/08/2018 – Aumento do cancro cítrico foi de 35%, o que já era esperado em São Paulo após o fim do programa de erradicação, já a doença CVC segue em queda com 45%
De acordo com o levantamento divulgado pelo Fundecitrus na última quinta-feira (23/08), o cancro cítrico afeta 11,71% das árvores do parque citrícola de São Paulo e Triângulo Sudoeste Mineiro, isso corresponde a cerca de 23 milhões de árvores. A incidência cresceu 35%, se comparado ao ano passado, quando a estimativa era que 8,68% das plantas estavam doentes.
Para Franklin Behlau, pesquisador do Fundecitrus, esse aumento era esperado, já que o programa de erradicação da doença sofreu sucessivas mudanças nos últimos anos, e reduziram seu rigor até culminar com sua extinção, em 2017.
Em fevereiro do ano passado, a adoção em São Paulo do padrão fitossanitário de área sob Sistema de Mitigação de Risco (SMR), passou a permitir a existência de plantas com sintomas nos pomares do estado. Minas Gerais manteve o status de área sob Erradicação ou Supressão. “O SMR, legalizou, em momento necessário e oportuno, a ocorrência do cancro cítrico na citricultura paulista. Com o SMR, é possível produzir e comercializar com segurança frutos de mesa sadios mesmo em propriedades afetadas”, explica Behlau.
A região Noroeste continua sendo considerada o setor mais crítico. Segundo o Fundecitrus, o parque citrícola é dividido por cinco setores, são eles: Norte, Noroeste, Centro, Sul e Sudoeste. Porém, o Noroeste é o setor mais afetado, com 39,97% das árvores com a presença da doença. Nesse setor, a região de Votuporanga é a que apresenta a maior ocorrência de cancro cítrico, com 63,14% das árvores infectadas. Sul e Sudoeste são considerados setores com menor incidência. O Sul é o menos impactado pela doença, já que 0,86% das árvores têm cancro cítrico. No Sudoeste, cerca de 1,42% das árvores são sintomáticas.
Presença da Clorose Variegada dos Citros (CVC) é considerada baixa nos pomares
O levantamento também mostra que a incidência de Clorose Variegada dos Citros (CVC), é de apenas 1,30% no parque citrícola. Se comparado ao ano passado o número registrado é 45% menor.
A presença da doença diminuiu em todos os setores, como por exemplo, no Sul, onde incidência é de 2,21%, já no Noroeste 2,16%, no Norte 1,63%, no Centro 0,85%, e no Sudoeste é de 0,21%. Em Itapetininga a doença não foi detectada.
Um dos motivos se deve principalmente à intensificação do manejo do greening, já que os produtos utilizados para o controle do psilídeo também atuam contra as cigarrinhas transmissoras da CVC.