Agência FAPESP – 26/10/2018 – Pesquisadores do Instituto Agronômico (IAC), constataram por meio de estudos em laboratório, que a molécula N-acetilcisteína (NAC) é capaz de controlar bactérias que atacam citros
Produtores de laranja de regiões do noroeste do Estado de São Paulo e de Oliva, na Itália, tem enfrentado um problema comum, a bactéria Xylella fastidiosa, doença que afeta de diversas formas os pomares citrícolas, causando prejuízos culturais e econômicos.
Segundo pesquisadores do Centro de citricultura “Sylvio Moreira”, do instituto Agronômico (IAC), em Cordeirópolis, no interior de São Paulo, a molécula usada como mucolítico é capaz de controlar doenças que atacam citros. Como a clorose variegada dos citros (CVC) e o cancro cítrico. O resultado foi constatado através de estudos em laboratório e em campo, apoiados pela FAPESP.
As plantas com cancro cítrico que receberam o produto pulverizado apresentaram uma regressão da doença comparável ao das tratadas só com cobre. Já os laranjais com CVC e sadios tratados com produtos à base de N-acetilcisteína (NAC) apresentaram maior produtividade e diâmetro maior dos frutos que os que não receberam o mesmo tratamento, compara Alessandra Alves de Souza, pesquisadora do IAC e coordenadora do projeto.
Em um teste realizado com as oliveiras, foi observado que a molécula também é capaz de retardar significativamente a progressão da doença nas oliveiras infectadas pela Xylella fastidiosa.
“Vimos que quando as oliveiras estão com sintomas iniciais de doenças causadas pela bactéria, o NAC consegue diminuir o avanço da infecção”, relata Souza.
Uma das soluções para combater a doença pode estar na molécula antioxidante NAC, utilizada em saúde humana como mucolitíco para desobstruir as vias respiratórias. Alessandra ainda afirma que, “por ser uma molécula pequena, há grandes possibilidades de melhorá-la, complexando-a a outras moléculas, ou mesmo melhorando a forma de absorção, de modo a torna-la ainda mais eficiente e sustentável”.