Fresh Plaza – 28/01/2019 – País planeja diminuir volume de exportação do Egito e Turquia para a União Europeia
A Associação Agrária de Jovens Agricultores (AVA-ASAJA) de Múrcia na Espanha, pediu ao Ministério da Agricultura medidas necessárias para o lançamento de um processo que visa a futura aplicação de uma cláusula de salvaguarda contra os citrinos de países como Egito e Turquia.
Um dos motivos é o aumento notável de suas exportações de cítricos para a União Europeia nos últimos cinco anos. O crescimento das expedições de citrinos da África do Sul para o mercado europeu durante o mesmo período também foi muito significativo, alguns, de fato, já solicitaram a implementação do mecanismo de salvaguardas. Porém, a AVA-ASAJA acredita que a África do Sul não seja a única fonte de problemas para os citrinos espanhóis, uma vez que outros países terceiros, estão a exercer uma concorrência igualmente desleal.
Os números oficiais fornecidos pelo Ministério do Comércio da Espanha não deixam dúvidas. O aumento acumulado das exportações de citrinos egípcios para a Europa entre 2014 e 2018, especialmente as das laranjas, foi estimado em 78,9%, com um volume total de 8,1 milhões de caixas de 40,8 quilos. Enquanto isso, as exportações de citros turcos cresceram 18,2%, atingindo um total de 284.882 toneladas durante o mesmo período. Quanto à África do Sul, o volume embarcado cresceu 40,4%.
Segundo o presidente da AVA-ASAJA, Cristóbal Aguado, “esta é uma situação inaceitável, que torna necessário estudar a conveniência de aplicar possíveis cláusulas de salvaguarda, dado o impacto devastador nos rendimentos de milhares de famílias”, continua, “à necessidade urgente de a Comissão Europeia compreender que a reciprocidade é necessária quando se assinam tratados comerciais”.
A grande consequência é que mais de 1,5 milhão de toneladas de frutas cítricas desses três países, (sem contar com as importações de Marrocos, Argentina ou Brasil), inundaram a Europa nos últimos anos, competindo com cítricos espanhóis pelo mesmo nicho no mercado. O problema é que nem o trabalho, nem as condições ambientais, fiscais ou fitossanitárias em vigor nesses países são as mesmas que se aplicam na União Europeia.