Gazeta de Limeira – 27/05/2019 – Objetivo é combater o greening, que ataca os pomares; vetor está neste tipo de espécie
O greening, que ataca as plantações de citros, é uma das preocupações da citricultura. Na região de Limeira, a doença é considerada severa e apresenta 34,01% de incidência. Provoca altos impactos negativos tanto ambientais, devido a maior necessidade de controle químico do inseto vetor, quanto socioeconômicos em razão da erradicação significativa de pomares. Na última década, a diminuição representa 70% do parque citrícola do município.
Os dados foram citados em resolução do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema), publicada no Jornal Oficial no último dia 11. O objetivo é a erradicação da doença por meio do combate às espécies vetoras, como a murraya paniculada, conhecida popularmente como murta ou dama da noite.
De acordo com o texto, fica instituída a obrigatoriedade do levantamento e da declaração da existência e quantidade de espécies nas chácaras e áreas de lazer (as chácaras de recreio), como parte do processo de regularização fundiária, para possíveis ações de supressão como forma de combate ao greening. Citros são consideradas cidras, laranjas, limas, toranjas, limões, mexericas, pomelos, entre outros.
O inseto, vetor do greening, se reproduz em murta e em plantas de citros. Por isso, o município quer mapear as áreas onde há as espécies. O secretário de Meio Ambiente, Paulo Trigo, explica que a murta abriga o psilídeo, vetor da doença. “Há dois anos aderimos a campanha #Unidoscontraogreening, do Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura). Facilitamos a substituição das murtas na cidade com posterior plantio de outra espécie”, diz.
Segundo o secretário, o processo iniciou quando o Fundecitrus e a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) procuraram a secretaria para discutir sobre o problema do greening em Limeira. “Eles queriam saber o que mais poderia ser feito para ajudar no combate ao greening. Marcamos uma reunião com a Secretaria de Urbanismo, que realiza a regulamentação fundiária. Hoje, o maior problema é justamente em áreas rurais não produtivas, ou seja, as chácaras de recreio”, enfatiza.
A ideia é seja incluída uma declaração do proprietário informando se tem ou não pomar e uma estimativa do número de plantas, seja de murta ou cítrico. “A partir daí, a Cati e o Fundecitrus vão trabalhar nas medidas de combate, seja na erradicação destas plantas doentes, para replantio por plantas saudáveis nativas, ou no controle do inseto”, observa.
Após a reunião, Trigo colocou o Comdema à disposição. “Eles acharam pertinente criar uma resolução, o que vai dar respaldo à Secretaria Municipal de Habitação para que possa pedir essa documentação. Isso não é algo burocrático, é simplesmente uma declaração. Tem o intuito de fornecer dados e mapear as áreas com murta ou pomares abandonados para depois, os outros envolvidos, entrarem em ação”, completou.
Ainda de acordo com a resolução, profissionais da área devem ficar cientes da restrição destas plantas em projetos paisagísticos e para formação de pomares domésticos em Limeira, e demais ações pertinentes de combate ao greening.