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A citricultura paulista reduziu, em duas décadas, o consumo de água suficiente para alimentar cerca de 200 milhões de pessoas. Os resultados são oriundos de uma pesquisa que foi liderada pelo Centro de Engenharia e Automação (CEA), do Instituto Agronômico (IAC), de Jundiaí (SP), em uma parceria estratégica formada com o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).
Isso porque, de acordo com Hamilton Ramos, que é coordenador da Unidade de Referência em Tecnologia e Segurança na Aplicação de Defensivos Agrícolas da CEA-IAC, no início da década de 2000, a tecnologia empregada no tratamento do ácaro da leprose dos citros, então principal praga da cultura, demandava consumo médio de 10 mil litros até 12 mil litros de água por hectare.
O pesquisador enfatiza que se o consumo de água demandado nos pomares vinte anos atrás não caísse, a citricultura teria se convertido numa atividade economicamente inviável. `O recuo na demanda de água, altamente representativo, soma-se também ao aumento da cobertura da população de plantas tratadas, que saltou de 200 por hectare para 600 por hectare`, explica Ramos.
`A manutenção da média de consumo demandada nos pomares em 2000 tornaria a citricultura economicamente inviável`, reforça Ramos. `A cultura passou por períodos difíceis, com o advento de doenças como CVC e greening. Isto elevou as pulverizações de plantas de 3 a 4 para cerca de 20 pulverizações anuais`, exemplifica.
Para a conclusão, foram formados cerca de 20 campos experimentais a partir do ano 2000. O grupo de pesquisa analisou o desempenho dos chamados turbopulverizadores no processo de tratamento fitossanitário de pomares. Os turbopulverizadores, tiveram aperfeiçoados recursos como cortina de ar, número de bicos, tamanho de gotas e velocidade de deslocamento
`Os parâmetros de avaliação iniciais focavam na cobertura da área-alvo pela pulverização e na quantidade de ingrediente ativo de agroquímico presente nas plantas, nos pontos altos e baixos e na profundidade da copa. Passamos ainda a medir o volume de copa das plantas, para relacionar à eficácia de controle`, conclui.