Cientistas descobriram que temperaturas superiores a 30°C prejudicam progressivamente o desempenho da fotossíntese nos citros. Nos últimos dois anos, durante as condições de pico do verão na Flórida Central, pesquisadores do Instituto de Ciências Alimentares e Agrícolas da Universidade da Flórida (UF/IFAS) investigaram a temperatura das folhas de diferentes variedades de citros, tanto no campo quanto em estufas.

Devido a um comportamento megatérmico, as árvores cítricas acabam experimentando temperaturas muito mais altas em suas folhas do que no ar. Nos dias ensolarados de verão, quando a média do ar ao meio-dia atingiu cerca de 35°C, as folhas cítricas aqueceram subindo para quase 42°C. Aquelas que estavam iluminadas pelo sol permaneceram mais quentes que o ar durante o dia e apenas à noite esfriaram até atingirem a mesma temperatura do ar.

Este efeito, no entanto, pode restringir a fixação de dióxido de carbono, a produção e a qualidade dos frutos. À medida que a temperatura da folha aumenta acima da temperatura ideal (aproximadamente 30°C), as plantas tornam-se mais vulneráveis ​​ao estresse oxidativo, lesão por calor e necrose tecidual. Isso resulta em crescimento e rendimento reduzidos e, às vezes, qualidade ruim de frutas e sucos.

TOLERÂNCIA AO CALOR

Para ver como as condições típicas da Flórida afetam os citros, quais são os limites fisiológicos das árvores e se elas podem aumentar sua tolerância ao calor à medida que o clima esquenta, pesquisadores da UF/IFAS examinaram 22 variedades de frutas cítricas.

A boa notícia é que muitas variedades populares apresentaram alta capacidade de tolerância ao calor para combater o aquecimento sazonal do verão e condições megatérmicas, tolerando temperaturas de 47°C a 50°C graus. No estudo, algumas das variedades de enxertos populares, como Hamlin e Valência, tiveram maior tolerância ao calor.

Experimentos UF/IFAS mostram que, ao sentir uma temperatura desfavorável, os citros mudam rapidamente de um modo produtivo para um modo de proteção forte, mas o inverso parece ser um processo demorado. Portanto, manter um ambiente mais fresco e menos estressante é vantajoso para a fisiologia foliar dos citros para facilitar mais fotossíntese, alta produtividade e qualidade dos frutos.