Está previsto para o próximo mês, o
lançamento pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) do
Plano Nacional de Desenvolvimento da Fruticultura, com o objetivo de traçar uma
política e estratégias de ação para o setor visando avançar na qualidade da
produção, o aumento do consumo interno e das exportações.
Há expectativa de que o Brasil dobre a produção em cinco anos e aumente
em, pelo menos 50%, o volume de exportações em dois anos. O país ocupa a 23ª
posição no ranking mundial de exportação de frutas, de acordo com a Associação
Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas),
parceira na elaboração do plano.
De acordo com o assessor da Secretaria-Executiva do Mapa, Ricardo
Cavalcanti, “alguns gargalos impedem maior competitividade da fruticultura
brasileira, por isso é importante a adoção de políticas de médio e longo
prazos, compreendendo parceria público-privada em conexão com as demandas de
mercado”. Se consideradas apenas as frutas frescas, os avanços dos últimos 15
anos alcançados pelas exportações brasileiras são pouco expressivas, observa
Cavalcanti.
A fruticultura brasileira é uma das mais diversificadas do mundo e a
área de cultivo supera 2 milhões de hectares, gerando expressivo resultado em
termos de geração de empregos no campo, na agroindústria, em toda a cadeia
produtiva, no agroturismo e na esfera de fornecedores de insumos e serviços,
além da renda nos mercados interno e externo.
O setor de fruticultura é considerado prioritário no governo, tendo em
vista o potencial exportador. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial
nesse segmento, depois da China e da Índia, mas exporta apenas 2,5% do que produz.
Em 2017, as exportações brasileiras somaram 784 mil toneladas de frutas, com
divisas de US$ 852 milhões. Esse valor coloca o país atrás de outros países
latino americanos produtores de frutas como o Chile (US$ 4 bilhões) e o Peru
(US$ 2,4 bilhões).
O plano, elaborado por agentes públicos e privados, está assentado em
dez tópicos: 1) Governança da cadeia produtiva; 2) Pesquisa, desenvolvimento e
inovação; 3) Sistemas de produção; 4) Defesa Vegetal; 6) Marketing e
comercialização; 7) Gestão da qualidade; 7) Crédito e sistemas de mitigação de
riscos; 8) Legislação; 9) Infraestrutura e logística; 10) Processamento e
industrialização. Participaram do plano associações de produtores,
exportadores, processadores e fornecedores de insumos no ramo da fruticultura.